CONTEÚDO DA UNIDADE
Importância da Economia Circular
A economia circular visa estabelecer um novo paradigma de como nós produzimos e consumimos, para encontrar um novo modelo de economia sustentável e responsável. Para isso, é necessário deixar para trás os modelos económicos mais clássicos, que consistem em extrair matérias-primas, transformá-las em mercadorias através de um processo produtivo, usar esses bens e deitá-los fora no seu uso máximo, no final de suas vidas úteis, ou quando os mesmos se tornam obsoletos; por um novo modelo de produto melhorado. Isso gera grandes quantidades de lixo: produzindo um novo bem e acumulando os velhos em aterros sanitários. As projeções menos alarmistas admitem que já temos, atualmente, um sério problema de sustentabilidade do modelo atual (o linear).

Considerando a escassez de recursos que ameaçam o funcionamento do sistema económico, deve ser feita uma mudança a todos os níveis, capaz de conceber soluções a médio ou longo prazo. Essa solução não deve nos servir apenas para ganhar tempo, mas estabelecer as regras básicas para uma economia sustentável. Como se pode ver nos vídeos de boas práticas do SkillCircle, já existem exemplos de empresas que tomam medidas nesse sentido.




As empresas que mudam o paradigma estarão numa situação privilegiada quando comparadas com as que decidem continuar a explorar o modelo linear até às suas últimas consequências. A base deste modelo (Economia Circular) procura encontrar um entendimento radical distinto de como os processos de gestão funcionam, pelo menos, desde a Revolução Industrial, inspirados nas linhas de montagem. Esse património histórico ainda nos leva a ter como referência para o nosso sistema económico, nos dias de hoje, a operação mecanizada de uma cadeia produtiva. A obsessão da aliança industrial da Revolução Industrial era atingir a máxima produtividade possível nas fábricas, sem ter em consideração outros fatores, como a escassez de recursos ou o impacto ambiental.

Para saber mais, visione ao vídeo:



Em contraste, esta nova abordagem ao modelo circular económico tenta inspirar-se nos processos da natureza, muito mais abrangente. A base da economia circular é regida por certas normas estabelecidas para a compreensão e aplicação de um sólido enquadramento teórico que deve servir de referência para os stakeholders dessa mudança de paradigma. Para compreender os fluxos de materiais ou recursos dentro de uma economia circular, é adotada uma classificação do conceito Cradle (Berço). O "Cradle to Cradle” (do berço ao berço) consiste no design integral dos produtos, de modo a que possam ser percebidos como nutrientes utilizáveis no final da sua vida útil.

O governo local desempenha um papel fundamental na consciencialização da população quando se trata de reciclar o lixo doméstico. Foi assim dado um importante salto cultural na forma como os cidadãos gerem os resíduos e, claro, empresas incluídas. Os governos começaram também a tomar medidas drásticas sobre o trânsito - construindo ciclovias e incitando o estacionamento fora das cidades - ou o transporte público movido a biodiesel; tudo isto em favor da cultura da mobilidade. No futuro, este tipo de salto cultural será ainda mais importante. A tecnologia e a inovação serão aliadas neste processo, especialmente se a ênfase for colocada na geração de uma redução exponencial do impacto ambiental e melhoraria das eficiências circulares dos ecossistemas de produção.

A economia circular é uma resposta à necessidade de construir ecossistemas sustentáveis. O diálogo entre o ambiente urbanizado e o ambiente natural deve ser transformado e redirecionado para parâmetros que assegurem a sustentabilidade do Planeta. A economia circular vai além das palavras e define propostas que, imitando a natureza, nos permitem transpor para a sustentabilidade integral dos territórios. Neste contexto, o papel dos governos na promoção da economia circular será fundamental, e o poder local terá uma relevância especial. Por outro lado, o sucesso das políticas a favor do equilíbrio sustentável não será possível sem cidadãos e empresas. É um trabalho conjunto: a geração de resíduos mínimos e o uso máximo dos recursos existentes.